01
mar | 2019
Posse de arma dos condôminos: leia pontos a favor e contra o novo decreto
Há pouco se falou muito sobre armas. O presidente da república assinou decreto que facilita a posse de armas; não o porte. As pessoas poderão ter armas em casa – em circunstâncias previstas no decreto presidencial - mas não poderão andar com elas na cintura como se estivessem em um filme americano. Aparentemente a cidade de São Paulo não será “beneficiada” pelo decreto, pois o índice de homicídios é inferior a 10 sobre 100 mil habitantes (decr. 9.685/2019, art.12, § 7º, IV: residentes em áreas urbanas com elevados índices de violência, assim consideradas aquelas localizadas em unidades federativas com índices anuais de mais de dez homicídios por cem mil habitantes, no ano de 2016...).
O especialista em segurança pública, Sr. José Vicente da Silva Filho, em esclarecedor artigo publicado pela revista Veja (Ed. 2.617, pág. 50/51) discorre, entre outros, sobre o palpável avanço no combate ao crime no Estado de São Paulo e informa que a cidade de Santos tem o mesmo nível de homicídios que Oslo, a capital da Noruega, ou seja: 2,26 por 100 mil. Enfim, por algum meio chegamos ao primeiro mundo...
Isso quer dizer que apesar do grande barulho que se faz no Estado de São Paulo ainda não vivemos um perfeita guerra civil, à la Síria.
Com o anúncio do decreto presidencial, viu-se uma série de reportagens mostrando pessoas que se diziam ameaçadas, intimidadas, amedrontadas e que correram fazer curso de tiro. As escolas de tiro estão rindo até as orelhas.
É fato que muitas dessas pessoas moram em prédios. Imaginemos, então, que num condomínio com 1.000 habitantes, 400 resolvam fazer curso de tiro e 100 adquiram um arma. É bastante arma.
Agora, imaginemos uma assembleia convocada para tal dia onde a discussão será sobre assunto sensível dentro do condomínio e, além disso, existam “grupos” distintos, p. ex., um que apoie o síndico e outro que o deteste. O que não é difícil de acontecer...
E supondo que nessa assembleia compareçam 200 pessoas, entre essas, 4 que teriam adquirido arma e resolveram levar seu “brinquedo novo”. Vai que precisa... Sabe como é, né, a gente sempre gosta de mostrar o brinquedo novo para os amigos...
De repente essa assembleia se torna extremamente acalorada. O que também acontece; a arma é uma forma de se sentir seguro, se sentir superior, de se sentir o quê?
O Brasil tem índices baixíssimos em qualquer prova nacional ou internacional que meça o conhecimento de seus alunos. Perde feio para qualquer país asiático.
Imaginem como não poderia acabar essa assembleia: 4 armas com pentes de 15 projéteis cada, e somente 2 seriam usadas?... Triste, né...
Enquanto tivermos essas péssimas notas de aprendizado e conhecimento, os fabricantes de armas e instrutores de tiro continuarão rindo até as orelhas...