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jan | 2020
Tem manifestações em seu condomínio?
Tem manifestações em seu condomínio? As pessoas estão revoltadas com o síndico? Acham que ele trabalha mais para si do que para o condomínio? As reivindicações não são atendidas? Pois é, isso acontece, e cada vez com maior frequência...
Aquela piscina que há tanto tempo se pede, aquele lugar para o churrasco do final de semana, a quadra de esportes... Parece que não dá para fazer nada... E o síndico sempre tem razões de sobra para dizer que não dá para fazer... Aí vem aquela sensação de frustração... Tanto que se paga de condomínio... Mas o síndico recebe seu salário e dizem até que ele consegue investir uma parte no final do mês. Todo mundo que trabalha no condomínio ganha bem. As contas estão em dia. Não tem encrenca com o FGTS dos empregados e tampouco impostos devidos. Então, por quê não dá para fazer uma quadra de esportes ou uma parquinho para as crianças brincarem?
Na última assembleia, o síndico, que não é nenhum bobo e já chega com aquela tonelada de procuração debaixo do braço, autorizou mais um aumento de seu salário. Uau! Tadinho, sem dúvida ele merece. Merece?
Mas de repente tem gente que fica descontente, começa a pedir prestação de contas, transparência administrativa, resultados concretos; por que só pagar as contas em dia já não justifica pagar tanto condomínio.
E é nessa toada que alguns moradores fazem uma manifestação para derrubar o síndico. Por que o síndico se esqueceu de que trabalha para o condômino e não o contrário. O síndico se esqueceu de que as pessoas existem de verdade, tem desejos, anseios, expectativas e merecem mais e melhor pelo que fazem, pelo que pagam.
Então as manifestações começam a ser frequentes. O síndico diz “calma lá, minha gente! Vamos procurar um meio de resolver isso...” Mas, sobretudo, o que ele quer é se manter no “poder”, ganhar seu santo salário bem polpudo e continuar naquela vidinha que estava tão boa antes que essa gente chata começasse a se manifestar todo final de semana...
E o síndico pensa: “Mas o que eles querem? Já não estavam acostumados com isso: eles pagam e a gente administra?” Então, seu síndico, só isso já não resolve mais...
Ocorre que isso não é diferente com o que acontece em quase todo o mundo: manifestações e protestos.
Em editorial do 8 novembro deste ano o jornal francês Le Monde deu o bonito título de “Uma exigência planetária: reconquistar a democracia”, diz parte desse editorial:
“De Santigo a Beirute passando pela Argélia ou HongKong, uma onda de protestos populares abala o mundo. Esses movimentos devem ser sustentados para desembocar em um reequilíbrio em favor do político, do social e do meio-ambiente.”
Um reequilíbrio em favor do político, do social e do meio-ambiente...
Esse é um movimento contra a monopolização do poder e da riqueza por uma classe, aquela que dirige, administra seu condomínio, sua cidade, seu país. Aquela classe que começou a se distanciar da população e achava que “estava tudo resolvido!”
Essa gente que despreza quem não tem relações políticas, quem não tem dinheiro, quem não tem propriedades. Mas sabem que precisam dessa mesma gente para ser eleitos: síndicos, prefeitos, deputados, presidentes.
Não é diferente com a manifestação no seu condomínio. As pessoas querem uma piscina, uma quadra de esporte, uma churrasqueira, mas não conseguem ter, porém o síndico sempre tem um “desculpa” e sempre precisa de rateios para as despesas, ou seja, impostos... E a gente se transformou no quê? Em gente que só serve para votar e pagar imposto? Mas veja só...
Então a manifestação de final de semana no condomínio, no Chile, na Bolívia, Líbano, França, Inglaterra, Iraque, têm todas o mesmo fundamento: “olhem para mim porque sou eu que sustento tudo isso aí!”
Pois é, minha gente, o síndico vai reclamar, mas não vai dar mais para evitar. As pessoas enjoaram, se cansaram de só serem “pagadores” e “eleitores”. As pessoas querem ter voz. Querem ter retorno pelo que pagam.
Então, meu caro síndico, meu caro prefeito, governador, presidente: ouçam as vozes que se elevam e saibam que isso pode derrubar um síndico.
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Se ainda tem alguma dúvida, escreva pra gente pelos comentários. Até a próxima.
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